Passárgada, Passárgada
Dia desses vendo em meu msn quem estava conectado me deparo com a declaração de uma jovem conterrânea: ¨ainda vou embora de Passárgada¨.
Passárgada, lugar idealizado por possuir as coisas que Manoel Bandeira valorizava naquele momento.
Iniciei uma conversa com ela via msn (comecei a teclar com), eu lhe disse que era poético e que daria uma boa crônica. Ela riu e não deu crédito. Então estou a refletir sobre o fato.
Quem iria querer ir embora de Passárgada... Por que ir embora... Já esta em Passárgada, está melhor que o próprio Bandeira que sonhava em ir para lá revivendo em seus pensamentos as coisa que lá tinha.
Mas ela me disse que era somente uma brincadeira que nem mesmo sabia o que realmente queria e iria mudar sua declaração. E o fez. digitando: ¨ainda vou embora Pra Passárgada¨. Depois de alguns momentos mudou a sentença para ¨ainda vou embora d]pra Passárgada¨
Oh dúvida cruel!! Típica da adolescência, já não sabia se ia embora ou ia pra Passárgada.
Passárgada, Passárgada...
Onde esta minha passargada...
Miami parece um pouco com a descrição de Bandeira.
Tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Mas certamente aqui não somos amigos do Rei.
Minha jovem amiga me enquadrou com a pergunta: ¨a questão é saber se o Brasil é a sua Passárgada!¨
Sim e não. Sim lá tem a mulher que eu quero e nem me importa se na cama que escolherei.
Não, por que quando estava lá sonhava com outra Passargada. Cheguei nela mas não sou amigo do rei.
Isso me lembra outra discussão que tive com outra amiga. Essa me dizia que queria ir embora do Brasil, viajar o mundo e tentar entender sua vida, seu destino, ¨quem sou, pra onde vou¨...
Eu acreditava que pra onde ela fosse essa questões e os problemas iriam junto por que essa coisas estavam dentro dela. Ela disse que eu pensava daquela maneira por que tinha a cabeça feita. Os anos passaram ela não viajou o mundo, sossegou, encontrou muitas respostas e eu... perdi a cabeça.
Verificando novamente a janela de conversa com minha ciber amiga no msn me deparei com outra mudança de declaração: ¨ainda acharei minha Passárgada¨
Passárgada, Passárgada
Quanta saudade, chega doer o peito da mulher que lá deixei
Quanta saudade, chega embaçar os olhos pelos filhos que lá ficaram
Passárgada, Passárgada
Lá também não sou amigo do rei, nem o rei dos que nele confiaram.