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terça-feira, agosto 08, 2006

Relendo os Argentinos

Em 2003 um desavisado me disse que a média de leitura por pessoa num ano na Argentina era de 18 livros. Ou seja cada argentino lia um livro e meio por mês. E que a média do brasileiro era apenas 3,5, ou 0,29 livro por mês. Esses dados aliados aos comentarios de um casal amigo que visitou Mar del Plata dizendo que ficaram impressionados em ver tanta livraria e pessoas lendo em todos os lugares no ônibus, cafés, parques e onde se encontrasse um argentino sozinho esse estava lendo, me fizeram sentir pior que um argentino.

Fiquei louco. Como podemos criticar tanto os argentinos, e em assunto de futebol odia-los, e nem ao menos lemos um terço dos que eles leem? Passei a pensar diferente sobre os argentinos. Afinal de contas eu sempre disse que se tem um tipo de pessoa que me da medo é a pessoa que não lê. Paulo Francis disse certa vez: "a pessoa que não lê não pensa, e quem não pensa será para sempre servo".

Estatisticamente seriamos servos dos argentinos?

Eu que já lia ao menos 8 por ano resolvi tomar uma atitude. Naquele ano, que já estava em andamento, li 18 livros e me propus e cumpri em 2004 ler 24, perfazendo uma média de 2 titulos por mês fora internet e revistas. Ano passado foi meio atribulado e li 22 títulos. Esse ano até o momento 7 e tem 4 em andamento, pois conto ano biblico, um ou dois capitulos da biblia por dia, como um titulo já que no final do ano vai dar mais de meia bilbia lida. Lição da Escola sabatina, os 4 volumes do ano, outro título embora cada um pudesse ser contado como um livro. A meditação Matinal que é um livro com uma mensagem por pagina para cada dia do ano. E, estou lendo Out of Silent Planet de C. S. Lewis, o mesmo autor das Crônicas de Nárnia de onde foi tirado o filme O leão a bruxa e o guarda roupas.

A diminuição na minha média me deixou muito preocupado, principalmente por que sou muito ruim de futebol, e resolvi conferir as informações sobre as estatísticas de leitura por pessoa por ano. E encontrei os seguintes dados de 2002 de pesquisa feita pela Câmara Brasileira do Livro, o brasileiro lê muito pouco. Em média, 1,8 livro por ano, incluindo didáticos. O argentino lê 6,7 livros por ano e o francês 7,5. Incluindo uma obsevação do professor do Departamento de Teoria Literária da Universidade de Brasília Robson Tinoco “o que se percebe, via de regra, é que quanto melhor a renda familiar e disponibilidade de bens como TV e DVD, acesso à internet, além de hábitos de leitura dos pais, a tendência é que as crianças e jovens leiam mais.”

O que confere com algo que me deixou impressionado aqui nos US trabalhando em mansões. Os milionários lêem muito.

Boas e más notícias. Os argentinos não lêem 18 livros por ano, mas os brasileiros são piores que pensávamos, mesmo que supostamente joguem mais futebol e tomem mais banho por ano que os donos da melhor média. Sem considerarmos que a maior estrela do time de futebol brasileiro com a segunda maior torcida seja um argentino e que novamente saímos vergonhosamente do mundial de futebol pela segunda vez desclassificados pela equipe francesa com seu craque e algoz dizendo, antes da partida, que os brasileiros jogam mais futebol porque não estudam. Dureza.

Isso me faz pensar, nesse momento, que talvez os treinadores e preparadores físicos devessem dar uma hora por dia de leitura para seus jogadores. Quem sabe na Africa do Sul a gente não faz mais bonito.

A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, por exemplo, apontou que 61% dos brasileiros adultos alfabetizados têm muito pouco ou nenhum contato com livros; 6,5 milhões de pessoas das camadas mais pobres da população dizem não ter nenhuma condição de adquirir um livro; 73% dos livros estão concentrados em apenas 16% da população brasileira.

Indiferente à isso tudo vou tentar ler o máximo que puder. Amo ler.

E eu sou formado em Educação Física. Hahhahahah